7 de março de 2015

Por que é tão difícil para o RH ser relevante

Tommaso Russo
Um dos maiores desafios de RH nas organizações é destacar-se como uma função relevante dentro do negócio. Essa posição ainda está longe de ser reconhecida na maioria das organizações e não vai ser conquistada se nós do RH não agirmos para nos diferenciar.

Por que é tão difícil para o RH ser relevante?

Receio – a área de RH tem a reputação de serem conservadoras em suas ações nas organizações. Normalmente, alinha-se ao grupo interno que é resistente ao “novo” ou ao “diferente”.

Trilhar o caminho de menor resistência – O modelo mental da maioria das áreas de RH é evitar o conflito. Se houver menos volatilidade, real ou percebida, então teremos um bom ambiente de trabalho. Isso pode significar que as pessoas escondem suas emoções, mas, pelo menos, a paz impera.

Impactos legais – O RH é rápido em mostrar o que é legal e ilegal nas relações de trabalho. A situação pode apresentar algum risco, mas pode impedir que uma iniciativa vá adiante. Uma das responsabilidades de RH é minimizar os riscos legais, mas nunca o RH vai fazer a diferença se esconder-se atrás das leis para não fazer nada.

As pessoas não sabem o que o RH faz – Por atuar sempre em segundo plano, não é fácil para os colaboradores formarem uma opinião sobre o que RH efetivamente faz. Se o RH não tiver uma presença visível na organização, as pessoas começam a rotular negativamente tudo aquilo que fazemos.

Falta de agilidade – O RH parece andar a passos de tartaruga. Pela preocupação de “fazer as coisas de maneira certa”, o RH é lento na execução. A tendência de utilizar a tecnologia para aumentar a velocidade de seus processos muitas vezes faça com que a interação cara a cara com as pessoas seja substituída por “está tudo no site”.

Estamos conformados – O que parece é que o RH não quer conquistar uma maior visibilidade e protagonismo nas organizações. Há muitas queixas de como o RH é desconsiderado pela alta administração, mas muito pouco é feito pelo próprio RH para mudar esse conceito estereotipado.

 Atitudes para nos tornar mais protagonistas

Deixar a posição de piloto de escrivaninha – Chegamos em um ponto no qual achamos que o tempo que passamos nas mesas é mais importante que as pessoas. Não se trata de condições antagônicas, mas é mais fácil permanecermos na nossa zona de conforto. Isso acaba se tornando uma barreira para os colaboradores que precisam e pedem pelo tempo e atenção do RH.

Conquistar pequenas vitórias – Devemos ver as oportunidades onde podemos agir e fazer a diferença. Se tivermos sucesso mesmo em ações limitadas, estaremos construindo as bases para mostrar nosso valor para a organização. Esse tipo de abordagem é efetivo tanto no curto quanto no longo prazo, já que torna o RH conectado com o dia a dia. Grandes programas e ações de RH fazem muito alarde no início, mas nosso papel acaba sendo esquecido com o tempo.

Transformar-se em facilitador da comunicação – Talvez devamos desviar nosso foco em criar políticas e procedimentos para apresentarmo-nos como pontes que tornam a comunicação interna mais efetiva e consistente. Isso vai fazer diferença.

O primeiro homem de RH deve ser um líder – O RH não pode ocupar uma posição de relevância na organização se o primeiro homem (diretor, gerente...) não for um verdadeiro líder. Se essa pessoa continua a considerar o RH como uma área de “suporte”, essa chefia sempre será considerada com o status inferior aos líderes das áreas ligadas ao core business. Assumindo uma posição de verdadeiro líder, o primeiro homem de RH será considerado como parte importante do corpo de lideranças da organização.

Ser estratégico tanto quanto ser tático – Ainda pensamos que essas posturas são coisas separadas. Se agimos dessa maneira, a organização sofre. Se RH deve demonstrar que a tática do dia a dia está contida em uma visão estratégica das pessoas.

Deixar de ser o herói solitário – o RH não pode isolar-se. Não se trata apenas de sais detrás da mesa. É mergulhar de cabeça e envolver-se em todas as áreas da organização. RH não pode o lugar para onde as pessoas vão, mas uma função que vai até as pessoas.

Por que o protagonismo de RH é importante?

O RH tem muito a oferecer – RH pode produzir valor para a organização todos os dias. A presença de um RH forte faz organizações também fortes. Se mostrarmos nosso valor, as organizações irão ver RH como um parceiro, assim como qualquer outra área ligada ao negócio.

O RH traz estabilidade – RH pode oferecer uma abordagem mais equilibrada e objetiva na relação entre o trabalho e as pessoas. No início, essa posição pode provocar conflitos, mas estando onde as pessoas estão, RH pode propiciar um ambiente consistente para a organização.

RH pode definir modelos de colaboração e consenso – quando as pessoas trabalham juntas, elas trazem energia, entusiasmo, drama e diversidade em cada situação. RH pode fornecer o apoio comportamental para que essas interações funcionem bem.

A conclusão é que RH deve decidir se efetivamente quer tornar-se relevante na organização ou não. Podemos continuar cumprindo nossas rotinas, mas com isso jamais seremos os parceiros que as organizações precisam e desejam. Se não mudarmos nossa mentalidade rapidamente, nos tornaremos irrelevantes e as organizações não se preocupam em coisas que não trazem resultados.

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