31 de dezembro de 2014

A evolução do trabalho



Tommaso Russo

Nas organizações, os empregados são obrigados a adaptarem-se a seus chefes e os chefes são obrigados a adaptarem-se às organizações. No futuro, serão os chefes e as organizações que deverão adaptarem-se aos empregados.Isso significa que, para sobreviver, as empresas deverão repensar toda a relação de trabalho.
No Brasil, algumas dessas ideias podem ser consideradas utópicas, dada a excessiva interferência do Estado na relação entre empregados e empregadores. Entretanto, caso a iniciativa privada sobreviva e consiga inserir-se no mundo competitivo, provavelmente será dessa maneira que as pessoas produtivas estarão dispostas a trabalhar.

Pontos a conferir…
Trabalho realmente flexível
Trabalhar a qualquer hora, em qualquer lugar e ser avaliado pelo que produz e não pelo tempo que se passa trabalhando. Não haverá necessidade de trabalhar em um horário fixo ou limitadamente flexível ou somente na empresa.
Utilizar qualquer dispositivo
Estamos começando a ver o uso dos equipamentos pessoais no trabalho, mas sujeitos à aprovação pela empresa. Em vez disso, pessoas poderão utilizar os equipamentos que precisarem para desenvolver seu trabalho.
O fim do plano de carreira e o trabalho customizado
Quando iniciamos a carreira em uma nova empresa, ocupamos os cargos mais baixos na cadeia hierárquica. É necessário ir escalando a pirâmide, na expectativa de algum dia ocupar uma posição que nos satisfaça. Em um novo de conceito de trabalho mais livre, com base em redes colaborativas e novos métodos de gestão, a moldagem da carreira é feita pela própria pessoa, segundo seus interesses. Será possível decidir os projetos e com quem se quer trabalhar. Serão possíveis mudanças laterais na carreira, e a decisão de quanto tempo a pessoas quer passar viajando, por exemplo.
Compartilhar é se importar
Empregados garimpam informações e costumam guardar segredo de suas fontes. Não há incentivos, metodologia ou motivos pelos quais as pessoas compartilhem com os colegas aquilo que sabem, já que conhecimento é poder. Colaboradores também não são incentivados a pensar de forma criativa; basta comparecer ao trabalho e fazer o trabalho esperado deles. No futuro, será o oposto. As plataformas colaborativas facilitarão o compartilhamento de informações e as organizações oferecerão incentivos – desde incubadoras internas e o desenvolvimento de competências ligadas a empreendedorismo – para a criação de programas de inovação. A organização estará aberta para que qualquer colaborador proponha uma ideia que pode transformar-se em um novo serviço ou produto. O correio eletrônico passará a ser uma forma secundária de troca de informações.
Qualquer um pode tornar-se líder
Os colaboradores não serão considerados mais como engrenagens que não possuem voz na empresa. As tecnologias colaborativas podem transformar um colaborador em um líder reconhecido através do compartilhamento de ideias, conceitos, etc. É transferir para dentro das organizações as possibilidades que criam líderes nas redes sociais – Twitter, Instagram ou Facebook – com centenas ou milhares de “seguidores”.
.Conhecimento versus aprendizagem adaptativa
Atualmente, o conhecimento transformou-se em commodity. Basta acessar através de seu smartphone todas as respostas para as perguntas que aparecem no trabalho. Isto significa que para o futuro colaborador que o conhecimento não será o mais importante, mas a capacidade de aprender coisas novas e aplicá-las para novos cenários e situações que apareçam. Ou seja, capacidade de aprender sempre e permanecer adaptado às mudanças.
Todos são professores e alunos
Na maioria das organizações atuais, se alguém deseja aprender algo é necessário inscrever-se para frequentar um curso que acontecerá dali a semanas ou meses. Hoje é possível qualquer pessoa gravar em seu smartphone um “Como fazer” para qualquer coisa desde a configuração de um modem até programação em Excel. Simplesmente por estar conectado a outros colaboradores oferece a oportunidade para ensinar e aprender democraticamente de modos que nunca antes foram possíveis. A criação de sites especializados em educação permite que aprendamos o que quisermos e ensinarmos aquilo no qual somos especializados.

Baseado no artigo Evolution of The Employee, publicado em http://www.forbes.com/sites/jacobmorgan/2014/09/02/the-evolution-of-the-employee/

Nenhum comentário:

Postar um comentário