25 de junho de 2014

RH não está preparado para o futuro

Tommaso Russo


A força de trabalho do século 21, altamente conectada e global, já chegou. E, a acreditar em um extenso relatório da Deloitte publicado há poucos meses atrás, os empregadores simplesmente não estão prontos para os desafios que essa força de trabalho apresenta.
O relatório da Deloitte Global Human Capital Trends (Tendências do Capital Humano) de 2014 combina 15 anos de estudos e uma pesquisa global de gestão de talentos, incorporando dados de mais de 2.500 empresas e lideranças de RH em 94 países, incluindo o Brasil.
De acordo com o relatório, o maior desafio das empresas brasileiras é o Desenvolvimento de Lideranças, seguido por Retenção e Motivação e pela Gestão de Talentos (figura 1).
Figura 1 – Urgência das ações relativas às pessoas nas organizações – Brasil (40 empresas)

A má notícia é que a maioria das organizações no Brasil não se vê adequadamente preparada para enfrentar esses desafios (figura 2), principalmente aqueles relativos à Atração e Gestão de Talentos. 

Figura 2 – Prontidão para a adoção de ações relativas às pessoas nas organizações – Brasil (40 empresas)

“A força de trabalho está simultaneamente tornando-se mais jovem (introdução maciça da geração Y), mais velha (adiamento da aposentadoria dos baby-boomers) e mais urbanizada” comentou Josh Bersin da Deloitte sobre os resultados. “A geração Y está remoldando o mercado de talentos com novas expectativas, novas tecnologias estão transformando o trabalho em inúmeras maneiras e as pessoas estão cada vez mais competindo com máquinas nas atividades ligadas ao conhecimento. E as organizações não estão preparadas para lidar com essas tendências que estão mudando profundamente a força de trabalho.”
O próprio RH recebeu um olhar crítico por parte das empresas: Tanto a capacitação da função de RH (ou seja, treinamento e desenvolvimento dos profissionais de RH) como a utilização de tecnologia nas funções de RH e a utilização extensiva de dados para a gestão de pessoas (big data) foram considerados aspectos urgentes, para os quais as organizações não se encontram em um nível bom de prontidão. Algumas funções mais “clássicas” de RH, tais como T&D, capacitação dos empregados e Gestão de Desempenho perderam prioridade. O RH do século 21 deve focar a atração e gestão de talentos e a motivação da força de trabalho como sua estratégia central, se quiser tornar-se relevante no atendimento às necessidades das organizações em termos de pessoas.
Outro ponto que foi destacado nos resultados a nível mundial foi o da sobrecarga dos empregados. No Brasil ainda não é considerado um tema prioritário, mas as empresas consideram-se pouco preparadas para lidar com isso. O excesso de informação e a tecnologia que permite que os colaboradores fiquem conectados ao trabalho 24 horas por dia estão sobrecarregando as pessoas, diminuindo sua produtividade e contribuindo para seu baixo engajamento.
Referências
http://www.hrmorning.com/hr-ready-for-the-future-no-way-report-says/2/

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