25 de junho de 2014

Motivação: os líderes X ou Y



Tommaso Russo
Em seu livro O lado humano do negócio publicado em 1960, o professor do MIT Douglas McGregor propôs duas escolas de pensamento em relação à motivação dos empregados. A Teoria X acredita que as pessoas são motivadas por dinheiro e que necessitam supervisão constante para que façam seu trabalho. Já a Teoria Y é oposta: os colaboradores são motivados pelo próprio trabalho, buscando a autonomia, significado e obtendo um sentido de realização através do trabalho.

Pesquisas com base na teoria de McGregor produziram algumas conclusões interessantes de quanto a percepção dos empregados é influenciada pela crença da chefia em uma das teorias. Aqueles que trabalham para um chefe que acredita na Teoria X tendem a demandar mais supervisão, enquanto aqueles que trabalham para alguém que é partidário da Teoria Y são motivados pelo trabalho e pelo seu amor ao que fazem.
Atualmente, enquanto aprendemos bastante sobre motivação desde que McGregor trouxe esses conceitos nos anos 60, a premissa básica ainda é verdadeira. As crenças da chefia influencia seu comportamento, o que, por sua vez, influencia o comportamento dos subordinados. O resultado é que os empregados agem da maneira que é esperada que ajam e tornam-se o tipo de colaboradores que a chefia espera que sejam.
Conforme um comentário de um colaborador obtido durante uma pesquisa de clima: “Não gosto do microgerenciamento feito pelas chefias da empresa. Eu preferiria ser avaliado com base na minha produtividade e não como eu preencho as planilhas de controle de produção. Muitas das tarefas que faço são redundantes e não vejo nenhuma utilidade prática nelas”.
Compare essa resposta com os comentários feitos por pessoas da mesma empresa, mas trabalhando em ambiente mais próximo ao da Teoria Y: “Meu trabalho possui agora um significado, ajudando nossos clientes ao redor do mundo. Sabendo quais são nossos valores me ajuda a me manter focado em fazer meu trabalho melhor a cada dia”.
Considere o impacto que esses estilos de liderança causam na motivação e engajamento das pessoas no ambiente de trabalho. Chefias que acreditam no potencial de seus subordinados irão criar um ambiente que incentiva seu sucesso e desenvolvimento. Os empregados, por sua vez, enfrentarão os desafios e utilizarão todo seu potencial no trabalho.
Resta decidirmos que tipo de chefe queremos ou precisamos ser.
Nota: para aqueles que gostariam de se aprofundar um pouco mais nas Teorias X e Y, bem como conhecer os fundamentos da Teoria Z (que estava em desenvolvimento por McGregor por ocasião de sua morte), recomendo a leitura do livro “Teoria Z – Como as empresas podem enfrentar o desafio japonês”, de William Ouchi – Editora Fundo Educativo Brasileiro Ltda. Apesar de editado em 1982 – e que as empresas no Japão já não são tão japonesas assim – vale a leitura.

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