28 de janeiro de 2014

Porque a complacência com o desempenho das pessoas não é uma boa ideia



Tommaso Russo

Falando sobre desempenho das pessoas no trabalho, o uso de ferramentas tais como avaliação formal de desempenho pode ocasionar situações que algumas empresas não gostam de enfrentar: o que fazer com os colaboradores que, consistentemente, apresentam desempenho abaixo do esperado?
Enquanto que em algumas empresas a meritocracia é utilizada até de forma radical com relação àqueles que não atingem os resultados definidos, em outras é praticada uma cultura de complacência – talvez com a ilusão que as pessoas devem sentir-se seguras. Ou seja, demissão só em casos extremos. O desejo é que as pessoas problemáticas acabem por deixar a organização por conta própria (por peso na consciência?).
Aceitar desempenhos medíocres de alguns empregados cria uma imagem perante os demais colaboradores que, exceto se a pessoa tenha cometido um ato abominável, é mais fácil deixar as coisas como estão. Aparentemente, para os gestores, a ideia de demitir alguém é tão desagradável que eles preferem enganar a si mesmos acreditando que a menos que o empregado esteja roubando dinheiro da companhia, levando para casa MUITO material de escritório, falte dia sim dia não (alguns dias por mês é aceitável) ou apresentar atos de indisciplina explícitos, ele não é assim tão ruim.
É verdade que, para qualquer ser humano, demitir alguém não é algo agradável, mesmo que haja motivos para isso. Qualquer líder decente sabe do impacto que a perda do emprego causa na vida de uma pessoa.
Não se faz nenhum favor a um colaborador quando seus problemas de desempenho são varridos para debaixo do tapete. Isso impede seu progresso na carreira e, a menos que a chefia ache que ele vá trabalhar na empresa para sempre, isso prejudica sua empregabilidade futura.
Mais que isso, a complacência não ajuda a equipe (pior ainda se o empregado problema ocupa um cargo de chefia, com sua própria equipe de subordinados). É um lugar comum, mas a força da corrente está limitada por seu elo mais fraco.
As consequências de não agir junto aos colaboradores de baixo desempenho são:

  • Os outros membros da equipe devem trabalhar mais para compensar
  • A capacidade de atingir as metas da área ou da empresa fica comprometida
  • A imagem de integridade da empresa e da chefia fica arranhada
  • A empresa está pagando (salários e tudo o mais) por um serviço (resultados esperados do cargo) que não está recebendo
  • Os padrões gerais de desempenho da empresa enfraquecem
  • Os demais colaboradores ressentem-se que há um jogo de favorecimento acontecendo
Ao contrário de algumas crenças, não há nenhuma desvantagem em agir sobre os funcionários problemas. Os demais colaboradores notam e não ficam contentes, embora muitas vezes não se manifestem a respeito, achando que isso não é problema deles.
O RH pode auxiliar os gestores a lidar adequadamente com esses funcionários. É melhor enfrentar o problema do que ficar torcendo para que os colaboradores-problema deixem a empresa por conta própria (o que dificilmente farão, já que não encontrarão essa moleza em outro lugar).

Baseado no artigo Why Waiting For That Problem Employee To Quit Is a Bad Idea, publicado em http://www.payscale.com/compensation-today/2013/11/why-waiting-for-that-problem-employee-to-quit-is-a-bad-idea


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