27 de dezembro de 2013

Obrigado pela crítica!

Tommaso Russo
Comparações moldam o comportamento. Comparações certas levam ao sucesso. As pessoas avaliam seu progresso medindo resultados contra os objetivos, de forma que o feedback é essencial para direcionar, ajustar e reforçar o desempenho.
O feedback é fundamental, mas é muito mais valorizado quando é positivo. Isso é no mínimo estranho, pois deveríamos valorizar mais o feedback negativo. Com a exceção de nossos chefes, poucas pessoas com as quais trabalhamos têm a coragem de nos alertar para nossos erros, para que possamos melhorar. Deveríamos cultivar o feeedback negativo, dado de forma construtiva, ao invés de evitá-lo, como é a tendência normal.
Elogios são bons. Alimentam nosso ego e constroem nossa autoestima. Críticas acabam com a complacência que temos de nós mesmos e diminuem nossa confiança. Quando alguém fala daquilo que fizemos de errado, reagimos e contra-atacamos. Entretanto, perceber nossos erros é absolutamente necessário para que possamos eliminar o comportamento inapropriado ou superar os obstáculos que nós mesmos construímos. Como podemos consertar os nossos defeitos se não conseguimos percebê-los?
O que fazemos errado e deve ser corrigido? Essa descoberta deveria ser muito mais importante para nosso crescimento pessoal e profissional do que o reconhecimento do que fazemos certo. Tudo aquilo que fazemos automática e naturalmente é normalmente certo, pois tende ser a nossa resposta-padrão a uma dada situação repetitiva. Na maioria das vezes, fazer as coisas do jeito certo é resultado de toda uma vida de experiência e aprendizado a partir dos erros que cometemos. Ou seja, agir do jeito certo é resultado de ter agido do jeito errado muitas vezes.
Não dá para fazer as coisas do jeito certo sem tentar. E na primeira tentativa, quase sempre fazemos as coisas do jeito errado. Persistimos: repetimos e praticamos, até que o jeito certo seja feito de forma natural e automática. Sem o feedback negativo e contínuo, não há a menor chance de melhorar o jeito de fazer as coisas.
As pessoas que são boas em algum campo e que querem manter essa vantagem estão sempre buscando feedback negativo. Isso exige paciência, persistência e resistência, nos aspectos mentais, emocionais ou físicos do indivíduo. Pessoas extremamente bem sucedidas possuem essas características. Diz-se que a diferença entre o profissional e o amador é que o profissional acerta quase sempre.
Pessoas que elogiam apenas reforçam seu ego; pessoas que criticam constroem sua competência.
Ser elogiado dá prazer; ser criticado dói. Mas a ironia está em que buscando a dor, ganha-se habilidade. Ninguém gosta de ser confrontado com uma lista de defeitos, mas é necessário que aprendamos a buscar, aceitar e valorizar a crítica como uma ferramenta importante para a melhoria.
Baseado no artigo Thanks for Criticism, publicado em http://www.compensationcafe.com/2012/04/thanks-for-the-criticism.html

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