26 de agosto de 2013
Remuneração, martelos e pregos
Tommaso Russo
É chamada a Lei do Instrumento.
Sua versão mais popular veio no livro A Psicologia da Ciência de Abraham Maslow
(1966) e diz: “Se tudo o que você tem é um martelo, todos os problemas são como
um prego”.
Essa situação é familiar no campo
da remuneração, graças às ideias preconcebidas que todos temos. Ou seja,
dinheiro é a solução para todos os problemas e desafios organizacionais.
Problemas de rotatividade? Aumente os salários! Problemas de motivação?
Recompensas a todos! Lucros da empresa abaixo do esperado? Implemente um plano
de remuneração variável! Nada de perder tempo para analisar e definir
claramente qual são as causas do problema para que a melhor solução possa ser
usada. Dá-lhe uma martelada!
Às vezes, essa tendência é da
própria área de remuneração. Talvez por falta de experiência, maturidade ou
autoconfiança, as respostas para as diversas situações são as ferramentas mais
fáceis à disposição. Outras vezes, esse viés é da liderança: soluções rápidas,
ao invés de ter analistas de RH ou da remuneração zanzando pela área levantando
dados ou conversando com as pessoas, fazendo-as perder tempo. Na medida em que
a pressão aumenta, RH acaba dando às chefias o que elas pedem: mais dinheiro.
E quando não funciona (dificilmente
vai funcionar), o RH acaba sendo culpado pelo aumento dos gastos e não tendo
resolvido o problema, o qual não tinha nada a ver com dinheiro em primeiro
lugar.
Mesmo a área de remuneração tem
seus próprios vieses, utilizando sempre soluções parecidas, seja porque já
deram certo no passado, ou porque não se conhecem alternativas. Pode ser uma
quedinha para incentivos para equipes, lump sums, remuneração por competências.
Pode ser um determinado indicador que serve para qualquer sistema de
remuneração de vendas, independentemente das circunstâncias particulares. Fazer
avaliação 360° é sempre o melhor ou sempre o pior. Na verdade, talvez seja usado
um martelo menor, mas não deixa de ser um martelo.
Todos nós temos nossos vieses. O
truque é estarmos conscientes deles e estarmos abertos a compreender as
realidades do negócio e das pessoas para os desafios da organização e estarmos
dispostos a explorar outras possibilidades para além dos nossos martelos
favoritos.
Baseado em Hammers,
Nails and Our Compensation Biases, publicado em http://www.compensationcafe.com/2013/06/hammers-nails-and-our-compensation-biases.html
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário