3 de julho de 2013

Apoiando a gestão para recompensas justas



Tommaso Russo

A área de remuneração tem a obrigação de apoiar os gestores em lidar com reconhecimentos e recompensas justas.
Por que provocar conflitos, quando é mais fácil agir de forma a que todos gostem de você? Muitos gestores utilizam-se desse tipo de abordagem com suas equipes, quando se trata de reconhecimento e recompensas. Ao invés de apontarem as falhas e as necessidades de melhoria, destacam apenas os pontos positivos de seus subordinados. Ao invés de prepararem suas equipes para tempos de crise, eles só enxergam o brilho do sol até o momento que a tempestade chega. Todos na equipe são excelentes, merecem aumentos salariais frequentes e nunca passa pela sua cabeça a possibilidade de demitir alguém que atravanca o desempenho da área.
Atitudes assim podem provocar graves desequilíbrios na remuneração da empresa: colaboradores com salários muito acima do mercado sem a contrapartida de entrega de resultados além do minimamente esperado (e, muitas vezes, nem isso).
Os subordinados desejam ser orientados e acompanhados, e geralmente, querem ouvir a verdade sobre seu desempenho. Pode ser que os gestores também gostariam de falar a verdade, mas raramente possuem as habilidades para fazer isso de forma construtiva e equilibrada. Enquanto essas chefias fazem um desserviço aos colaboradores por não serem honestos e realistas, nós, da área de remuneração, agimos ainda pior, não disponibilizando a eles as ferramentas, treinamento e exemplos que podem ajudá-los a tratar de maneira certa tanto os bons quanto os maus colaboradores.
Não é razoável achar que bons técnicos que foram promovidos a um cargo de liderança sejam capazes de lidar com assuntos ligados a salários da equipe de uma maneira adequada, mesmo que tenham sido treinados para isso (o que na maioria das vezes nunca acontece). Temos que ensiná-los o que deve ser dito aos colaboradores de baixo desempenho e verificar se isso está sendo efetivamente feito.
Com isso, estaremos um dando passo importante para que essas chefias não pareçam idiotas perante aqueles que efetivamente dão resultados para a empresa e que recebem o mesmo reconhecimento que os medíocres e acomodados. Se a equipe perder a confiança na capacidade do gestor em distinguir e tratar de maneiras diferentes o bom e o mau desempenho, as pessoas começarão a pensar se não estariam melhores em outro lugar onde o mérito seja reconhecido e recompensado. Além disso, reconquistar a confiança das pessoas é muito mais difícil do que mantê-la: não podemos esperar que o gestor erre para apoiá-lo.
Assim, dizer às chefias que eles devem cumprir as políticas de remuneração da empresa pode não ser suficiente. Temos que avaliar se os gestores possuem as habilidades para lidar com os problemas de desempenho e as pressões por salário de seus subordinados e ajudá-los, quer através de treinamentos, coaching ou aconselhamento.

Beaseado no artigo Don’t tell I’m great if I’m not, em http://www.compensationcafe.com/2012/01/dont-tell-me-im-great-if-im-not.html










Nenhum comentário:

Postar um comentário