31 de maio de 2013

Metas de redução da rotatividade podem ser um tiro no pé



Tommaso Russo
 
Minha meta é reduzir o turnover em 25%
Bom, espero que não seja.  Metas de redução de turnover podem levar a raciocínios estranhos, com foco no curto prazo, que podem prejudicar o desempenho da empresa: Fazer uma contraoferta salarial para o vendedor que ocupa o 59º lugar no ranking de desempenho da diretoria de vendas e que acabou de pedir demissão? Esticar o orçamento com a folha de pagamento porque os salários estão muito acima do mercado? Incentivar programas de RH desenhados para desenvolver os colaboradores de médio para baixo desempenho?
Taxas de rotatividade não possuem significado em si. Um valor de 2% no ano pode ser comemorado pela empresa, até que se descubra que os 2% que saíram foram os talentos, os ocupantes de cargos críticos e os colaboradores de alto desempenho.
Assim, a rotatividade deve ser considerada apenas como uma consequência de boas políticas de RH, nunca como metas a atingir.
Na verdade, taxas elevadas de rotatividade devem ser vistas como um sintoma, uma febre que indica uma infecção em algum lugar da empresa.  Exemplos de doenças que podem fazer subir a temperatura da rotatividade:
        recrutamento e seleção mal feitos e apressados
        liderança despreparada
        falta de perspectivas de crescimento na organização
        falta de reconhecimento
        tolerância à mediocridade e paternalismo
        clima ruim no ambiente de trabalho
Então, não vale a pena medir o turnover da empresa? Claro que vale, desde que a análise seja a mais detalhada possível (Quem está saindo? Que área da empresa concentra a maior parte dos desligamentos? Por que as pessoas estão deixando a empresa?).
Mas será que o foco no turnover é tão importante como reduzir custos, aumentar o lucro, melhorar os processos internos, promover a cultura interna, avaliar o desempenho das pessoas?
Não, não é.

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