1 de abril de 2013

Lidando com os incompetentes



Tommaso Russo 
Competência - do latim, competentia: qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade.
   
Dentro da epopeia para a busca do RH estratégico, 10 entre 10 palestrantes citam o graal da atração e retenção dos talentos nas empresas como o diferencial entre o alinhamento total ao negócio e ser apenas um depezão.
 Porém há outro aspecto bem mais desafiador: como lidar com as pessoas de baixo desempenho na empresa?
Primeiramente, vamos deixar claro que não estamos falando daquelas pessoas “problemáticas”, que vez por outra apresentam comportamentos que podem destruir uma equipe e que testam até o limite a paciência dos chefes (às vezes também a dos clientes e fornecedores). Descobrir e isolar essa má influência é relativamente simples e livrar-se delas é só questão de tempo.
O grande problema está naqueles colaboradores que não fazem nada de fundamentalmente errado, são bons colegas, simpáticos e que têm uma história na empresa. Entretanto, se o negócio precisa crescer e sobreviver, é necessário ter as pessoas certas nos cargos corretos. E, definitivamente, essas não são as pessoas corretas.
Mais uma ressalva: esses indivíduos podem não se dar bem nesta empresa, nesta situação; não significa que não possam ter sucesso em outra organização, com uma cultura e com valores diferentes. Ou seja, não é uma marca de Caim que devam carregar pelo resto da vida profissional. Simplesmente, não servem aqui e agora.
E as ações estratégicas do RH com relação a esses colaboradores?
1.   Identificar os profissionais de baixo desempenho, de maneira objetiva (quantitativa), quer através do ranqueamento nas avaliações de desempenho, nos resultados das metas ou nas entregas esperadas de seu cargo.
2.  Quantificar o mau desempenho, ou seja, determinar através de indicadores de custo e produtividade quanto a empresa perde com esses colaboradores, sob a forma de perdas, retrabalhos, tempo e outros fatores quantificáveis.
3.  Não vitimizar o colaborador. A primeira tendência do RH é achar que o desempenho é baixo porque a empresa não treina o suficiente, as chefias não fornecem apoio ou direcionamento, os salários são baixos. Porém, frequentemente a visão das chefias é que esses colaboradores não conseguem planejar o trabalho, têm dificuldade de aprender, não sabem tomar decisões e assim por diante. Enquanto as supervisões enxergam pessoas sem as habilidades necessárias, o RH vê vítimas.
4.   Deixar esses colaboradores prá lá. A tendência da maioria das áreas de RH é a de tentar “salvar” essa alma perdida, sob a forma de aconselhamento, treinamentos especiais, trocas de chefia, etc.  É claro que isso envolve tempo e recursos materiais e humanos de uma área que, por natureza, nunca tem gente e dinheiro suficientes. Ora, não seria melhor para a empresa utilizar essa energia toda para motivar e valorizar os colaboradores de BOM DESEMPENHO? Tenho visto muitas atitudes do tipo “No que eu posso te ajudar para que você melhore?” para os colegas com “problemas”, mas quase nunca para os talentos da empresa (No que eu posso te ajudar para você não pensar em deixar a empresa?)
5.  Tirar da frente os que atrapalham. Se a empresa acha que sua maior obrigação é manter empregos, então as pessoas de baixo desempenho devem ser transferidas para posições que não atrapalhem; isso melhora sensivelmente a motivação daqueles que contribuem positivamente para desempenho da empresa.
São decisões difíceis, mas cruciais para as empresas que querem crescer, mudar de patamar de atuação ou, simplesmente, “profissionalizarem-se”. E, se o RH quiser participar desse “rito de passagem”, também deve mudar.
No próximo mês, continuamos esse artigo com mais algumas dores de crescimento: feedback para o baixo desempenho.

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