25 de fevereiro de 2013

É hora da reengenharia mental



Tommaso Russo
A Revolução Industrial estruturou o trabalho em tarefas especializadas e fragmentadas. Antigos fazendeiros e artesãos, que eram responsáveis pelo trabalho como um todo, tornaram-se membros distintos e especializados nas fábricas e empresas. Cada um é responsável por um fragmento do trabalho e, portanto, o resultado do produto final ficou fora de sua visão e responsabilidade.

O trabalho foi dividido em tarefas simples, individuais e repetitivas. E isto requer uma enorme estrutura administrativa, para integrar e fazer a orquestra tocar em sintonia. Isso implica que, em organizações maiores, apenas 10% das pessoas agregam algum valor ao cliente e 90% não agregam nenhum valor específico, estando nas organizações para organizar, conferir, gerenciar e coordenar as partes.

Se não se pode eliminar esse peso sem o risco de arruinar a empresa, a solução é redesenhar os processos pela análise de suas funções essenciais e importantes e, sobretudo, educar e ensinar as pessoas a aprenderem como aprender e aprender cada vez mais rápido. Esse último aspecto é chamado de Reengenharia Mental.

Esta nova perspectiva transforma os trabalhadores em Profissionais.

Profissional é aquele responsável pela realização global dos objetivos definidos e não apenas pelo desempenho de suas funções específicas.

Para obter resultados, o profissional, diferentemente dos amadores, vai  em busca de treinamento contínuo. E quando tiver uma boa reserva de conhecimentos e habilidades, vai se tornar um líder, um realizador autônomo, sem precisar da cobrança de supervisores ou de descrições detalhadas de funções. Como profissionais, apresentam as seguintes características psicológicas:

  •  São autônomos, porque têm iniciativa e proatividade.

  •  São responsáveis pelo produto final, porque têm habilidades e orgulho profissional do que faz.

  •  São valorizados não só por aquilo que sabem, mas pelo exemplo de vida. Possuem integridade e credibilidade.

  •  São emocionalmente inteligentes, sabem lidar com as pessoas, reagem bem às decepções e frustrações e sabem se automotivar constantemente. O resultado é uma autoestima saudável e realizadora.

Hoje as empresas não oferecem mais garantias de emprego, pois seus verdadeiros donos, os clientes, não mais garantem a manutenção dos pedidos.

Além disso, a empresa não pode mais recompensar somente o esforço pessoal, porque o cliente não se preocupa com os esforços. Quer somente os resultados obtidos.

Entretanto, as empresas oferecem oportunidades de aprendizagem e treinamentos que ampliam a inteligência humana e que possibilitam uma verdadeira reengenharia mental. Em contrapartida, esses profissionais assumem a iniciativa de mudar e melhorar, criando valores cada vez melhores para si e, consequentemente, criando valores melhores para seus clientes – e lucro para a organização.

Trabalhos centrados em processos são grandes oportunidades para encorajar a criatividade e inteligência, proporcionando consistência, significado e valor ao trabalho. A era insensata de proibições e restrições ao pensamento já acabou.

Mas, grandes trabalhos requerem grandes mentes. Mentes que estejam dispostas a pensar e ver o todo, adquirir uma visão sistêmica. Pessoas “pequenas” que querem apenas um emprego (e não um trabalho), que têm preguiça de pensar e executam apenas o que os outros mandam, não terão muito espaço e nem condições de sobrevivência neste novo mundo, porque o nível de seu trabalho pode ser facilmente substituível por tecnologia informatizada.

Meus votos:

  • Pense algumas vezes nisso: “Minha recompensa na vida será o resultado da minha contribuição e serviço ao mundo”

  • Tome a iniciativa pelo seu próprio treinamento e estudos

  • Defina claramente seus próprios padrões de excelência, com base em seus talentos, jeito e habilidades. Compita com você mesmo ao invés de competir com os outros

  • Aprenda com suas experiências e erros.

  • Aprenda a respeitar a responsabilidade de outras pessoas: permita que as pessoas ao seu redor aprendam errando sem medo de rejeição ou punição.

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