29 de janeiro de 2013

Por que às vezes os donos das empresas odeiam o RH?


Tommaso Russo
Em conversas com colegas de RH, muitas vezes discutimos sobre as grandes dificuldades que temos para lidar com O Dono da empresa na qual trabalhamos. O RH dificilmente participa das decisões estratégicas, a equipe é mínima e os salários os mais baixos possíveis, o apoio é zero quando tentamos implantar ou fazer cumprir políticas simples de salários e cargos, etc., etc.

Não fossem a burocracia trabalhista e sindical, a administração do refeitório, as NR e a distribuição do vale-transporte, parece que não há nenhuma justificativa para pagar pessoas que não produzem, não vendem e que atrapalham o trabalho dos outros.

Mas, sejamos justos e, principalmente, empáticos – colocando-nos no lugar desse Dono. Quais seriam os motivos para essa relação amor / ódio com o RH? Vejam os seguintes comportamentos e, quem puder, atire a primeira pedra:


1. O próprio RH não sabe com certeza porque ele existe e qual o retorno que traz ao negócio.

Se o RH não consegue argumentar com o patrão que “a atividade X de RH é necessária, pelos motivos A, B e C e vai trazer os benefícios Y, W e Z para a empresa”, realmente merece a posição de mero entregador de holerites...

2. O RH não conhece e nem quer conhecer os números do negócio

Se o RH não tem ideia de qual o faturamento da empresa, a evolução dos gastos com folha de pagamento em relação ao lucro, a produtividade da força de trabalho e não sabe o impacto que seu orçamento tem nos resultados do negócio, como justificar recursos para seus programas? Essa estória de não sermos bons com números e que lidar com dinheiro é assunto do financeiro, tenha dó...

3. Falta objetividade ao RH

O RH espera que o Dono perca 2 horas assistindo uma apresentação sobre a implantação de uma política. Se o patrão gastasse esse tempo com um cliente que representa 40% do faturamento ou na discussão de uma alteração de uma lei que pode inviabilizar o negócio, vá lá. Precisamos aprender a ser sucintos, usando argumentos lógicos e enfatizando os impactos positivos para a empresa. O Dono tem pouco tempo e muita coisa para fazer.

4. A primeira reação do RH é “não pode”

Quando acontecem problemas em outras áreas do negócio, sempre é encontrado um jeito de mudar as circunstâncias ou improvisar de algum modo. O Dono fica possesso quando o RH lhe diz simplesmente que algo Não pode ser feito e não há escapatória.

5. O RH aponta os problemas, mas não traz recomendações consistentes de como resolvê-los

Situação parecida com a do ponto 4 acima. O Dono sabe que a palavra final sempre é dele, mas o RH deveria ter analisado previamente a situação e sugerir alternativas viáveis, destacando os prós e contras de cada uma. Caso contrário, o Dono sente que está trabalhando para o RH e não ao contrário.

É essa a situação, pessoal. Se o patrão não sabe por que tem um RH e se não começarmos a ser efetivos para a sobrevivência do negócio, melhor terceirizar nosso trabalho e fechar a lojinha.



Adaptado de Why Founders/CEOs Don’t Like HR em http://www.compensationcafe.com/2012/08/why-foundersceos-dont-like-hr.html

Veja também o artigo What Every CEO Needs to Know About HR no blog do Business Week em http://www.businessweek.com/articles/2012-04-25/what-every-ceo-needs-to-know-about-hr

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