30 de junho de 2012

Retendo e desenvolvendo seus talentos da Geração Y

Tommaso Russo
A Geração Y propõe um grande desafio: como tratar essa mudança demográfica drástica na composição da força de trabalho, que estará no comando das empresas dentro dos próximos 15 anos? Motivar e reter essa nova safra de talentos, com o pensamento posto no futuro das organizações, nunca foi tão importante como agora.
Para reflexão: sua empresa já sente os efeitos do baixo comprometimento (e alta rotatividade) dos colaboradores dessa faixa etária, nos quais você enxerga alto potencial para dirigirem os negócios a médio prazo? Caso positivo (aposto que a grande maioria dos dirigentes das empresas no Brasil concorda), o que você está fazendo com relação a isso?
Sugerimos algumas práticas que estão sendo conduzidas pelas maiores empresas de desenvolvimento de recursos humanos no mundo, que podem orientar as ações de atração e retenção dos Y:

Sensibilizar a alta administração – os dirigentes da empresa devem ser educados para entender e apoiar o desenvolvimento dos jovens talentos e altos potenciais. Sem esse compromisso será difícil implementar e manter programas que, por sua natureza, são longos e que exigirão recursos substanciais. Esses patrocinadores devem entender as características e motivações dessa geração em contraste com as anteriores.
Identificar e reconhecer os altos potenciais – durante toda sua vida, esses jovens ouviram o quanto são “especiais”. Então, eles devem entender sua importância também no ambiente de trabalho. Devem saber que possuem um alto potencial para ascender na empresa a médio e longo prazo. Os Y valorizam o desenvolvimento pessoal e profissional e esperam que a empresa os ajude a aprender, crescer e se desenvolver. Se entenderem que estão sendo preparados para o futuro, se motivarão mais. A participação do presidente ou de diretores respeitados da empresa em encontros informais com esse time pode materializar essa visão.
Fornecer a macro visão do negócio – os Y precisam que o trabalho faça sentido. Eles perguntam o porquê das coisas e não esperam respostas como “porque é assim que as coisas são”. Assim, devem conhecer os grandes processos da organização e suas interconexões, os projetos e as bases das políticas corporativas. Mostre o impacto do trabalho, dos projetos e nas responsabilidades nas quais estão envolvidos hoje nas estratégias atuais e futuras da companhia.
Definir planos de carreira – Y valorizam sobretudo a flexibilidade nas suas rotinas, mas também prezam a flexibilidade a longo prazo. Na faculdade, não hesitam em cursar outras disciplinas ou até mudar radicalmente de carreira, se não vissem sentido na atual. No ambiente de trabalho, querem a mesma flexibilidade. Esperam ser desafiados e realizados profissionalmente; assim, é importante que conheçam as trajetórias disponíveis de carreira na organização. Pergunte a eles onde eles gostariam de estar em alguns anos e mostre o caminho para chegar lá, através de diversas áreas da empresa, bem como os conhecimentos, habilidades e comportamentos que devem adquirir. O entendimentos das possibilidades mostram o comprometimento da companhia em ajudá-los a atingir seus objetivos pessoais.
Desenvolver as atitudes fundamentais para o ambiente do trabalho – a adaptação dos Y ao ambiente de trabalho não é normalmente fácil, por faltar-lhes uma série de comportamentos habituais dentro do ambiente empresarial. É importante que a empresa defina e calibre as necessidades desse grupo – quais são as atitudes necessárias para que eles sejam bons chefias e bons líderes? Etiqueta no ambiente de trabalho, redação, iniciativa, gerenciamento do tempo e gestão de conflitos são extremamente importantes para o crescimento profissional – e nada disso é ensinado na escola. Esses temas devem estar necessariamente incluídos nos planos de treinamento e desenvolvimento dos Y.
Disponibilizar experiências – significando expor os Y a diferentes áreas da empresa distintos procedimentos de trabalho. Ações organizadas de job rotation são ótimas para isso. Gerentes devem ser incentivados a incluir alguns Y em seus novos projetos; não se deve ter medo de “esticar” o potencial e atribuir responsabilidades a essas pessoas. O importante é proporcionar-lhes oportunidades de crescimento e desenvolvimento de acordo com seus desejos.
Investir – o sucesso da organização em longo prazo depende inteiramente de seus talentos e altos potenciais. Cabe à empresa decidir investir agora no seu desenvolvimento. Assim como não se podem desprezar os investimentos em tecnologia ou no desenvolvimento de produtos, não se devem menosprezar investimentos nas pessoas. O dinheiro gasto em treinamento e desenvolvimento e as horas dedicadas a coaching e workshops é bem gasto, quando se obtém um grupo de futuros líderes motivado e preparado.
Estabelecer um programa de mentoring – Um programa de mentoring é uma excelente oportunidade de conectar os Y com os Boomers a caminho da aposentadoria. Quando os Y conhecem e confiam nas pessoas que ocupam altos cargos, confiarão neles e os respeitarão. Se não for possível estabelecer um programa formal, estabeleça iniciativa de orientações informais e troca rotineira de ideias e experiências.
Insistir numa cultura de feedback e reconhecimento – Y podem apresentar um ar de excessiva autoconfiança, o que não significa que eles não queiram melhorar. Forneça-lhes feedback com muita frequência – na verdade, eles imploram por feedback diário. Ou seja, as avaliações anuais não são suficientes; para esse grupo a frequência deve ser no mínimo mensal. Os gestores devem ser convencidos a agirem de modo aberto, honesto e transparente, garantindo que as linhas de comunicação estejam sempre livres. Os gestores também devem ser convidados a compartilhar suas técnicas e estilos de gerenciamento.

Baseado no artigo Developing your high-potential millenial employees – de Brad Karsh, presidente da JB Training Solutions. Publicado em http://trainingmag.com/content/developing-your-high-potential-millennial-employees

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