30 de maio de 2012

A grama do vizinho nem sempre é mais verde – Recrutamento interno ou externo?


Tommaso Russo 


Algumas informações que talvez sirvam de consolo para quem se ofereceu para participar de processo de seleção para uma vaga em sua própria empresa e foi preterido por um candidato vindo do mercado.
Uma pesquisa desenvolvida por professor da Wharton School of Management revelou que os candidatos recrutados do mercado:
  • Apresentam avaliações de desempenho significativamente menores em seus 2 primeiros anos na nova empresa do que candidatos internos promovidos para cargos similares
  • Possuem maior rotatividade
  • Recebem salários de 10 a 20% maiores que os candidatos promovidos internamente
  • Se permanecerem na nova empresa por mais de 2 anos, são promovidos mais rapidamente que candidatos internos
Os resultados da pesquisa, comenta o autor, pode ajudar os empregados a avaliar os prós e contras de suas decisões de desenvolver suas carreiras dentro de uma empresa ou buscar o mercado para isso.
Algumas características dos candidatos de mercado são identificadas no estudo. Observando o período médio de 2 anos para que o candidato externo acerte seu passo na empresa, o autor sugere que esse é o tempo necessário para que os outsiders aprendam como serem eficazes na organização – em particular na formação de sua redes de relacionamento interno. Nesse período, os riscos de fracasso são substanciais; apesar de receberem melhores salários inicialmente, as probabilidades de demissão ou desligamento voluntário são maiores, principalmente pela incapacidade de desenvolver as habilidades e comportamentos certos, com prejuízo do seu desempenho.
Foi observada também uma diferença particular entre os candidatos externos e os internos: “Colaboradores de mercado geralmente possuem melhor formação e experiência profissional que os internos – e talvez por isso recebam remuneração superior. Quando seu conhecimento a respeito de uma pessoa é limitado, o recrutador torna-se mais rigoroso nos aspectos que pode observar – as informações constantes no currículo”. Entretanto, formação acadêmica e experiência são fatores relativamente fracos para prever o desempenho futuro de alguém.
As conclusões da pesquisa podem frustrar as ambições de colaboradores que pretendem fazer carreira na mesma empresa. “É difícil concorrer no quesito de marketing pessoal com alguém de mercado. Fica a questão se o pessoal interno só irá evoluir salarialmente na troca de empresa (ou, de modo mais arriscado, leiloar-se junto ao empregador atual mediante propostas de mercado recebidas)”.
O pesquisador dá um conselho final: “Se você gosta de onde você está, fique. Ou pelo menos entenda que não é fácil mudar de emprego e apresentar a mesma eficiência que você tem hoje na sua empresa atual. Você deve ter consciência que suas habilidades têm menor portabilidade do que você imagina. Apesar de um possível salário menor que o mercado, fazer carreira na mesma empresa proporciona maior estabilidade profissional e melhor desempenho”.

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