28 de maio de 2015

A cultura organizacional apoiando a saúde dos colaboradores



Tommaso Russo
 

Faz parte das preocupações de muitas organizações apoiar seus colaboradores na busca de do bem-estar e de uma vida saudável. Intuitivamente, isso faz sentido: pessoas saudáveis são certamente mais felizes e produtivas. Ou seja, é também uma estratégia adequada sob o ponto de vista do negócio.
Talvez não faça sentido em falar de uma cultura empresarial voltada para a saúde de seus colaboradores, já que na medida em que a cultura deve estra necessariamente alinhada com a estratégia do negócio (e principalmente, vice-versa), o foco na saúde pode tirar o foco de outros aspectos culturais associados mais diretamente com os grandes objetivos da organização.
Por outro lado, por coerência, a saúde e bem-estar das pessoas deve estar implícita em outros aspectos culturais. E como a cultura pode incentivar a saúde dos colaboradores?
Foco no médio e longo prazo – saúde não combina com colaboradores presos às suas mesas para apenas apagar os incêndios durante 10 horas por dia. Essa visão estreita leva ao estresse, rotatividade, baixa produtividade e muitos outras consequências físicas e emocionais. Entretanto, uma perspectiva de médio e longo prazo que dê tempo para as pessoas se exercitarem, almoçarem direito e tirarem férias regulares, trará retornos importantes na saúde geral das pessoas E nos resultados da empresa.
Flexibilidade – se as pessoas devem obedecer uma rotina rígida e a supervisão constante e detalhada de sua chefia, elas possuem muito pouco controle de seu tempo. Se dispusessem de flexibilidade para decidir como, quando e onde o trabalho pode ser feito, as pessoas poderiam priorizar ações para sua saúde ao longo do expediente.
Mentalidade para o crescimento – mesmo havendo atualmente uma pressão social para que as pessoas se desenvolvem e cresçam, muitas empresas no fundo não acreditam que os colaboradores possam melhorar – ou não apoiam de forma efetiva essa possibilidade. Outras organizações limitam as ações de desenvolvimento apenas para alguns níveis (como por exemplo, gerentes e diretores), mas não provêm oportunidades de desenvolvimento para os colaboradores da linha de frente ou do chão de fábrica. As pessoas devem crer que são capazes de fazer mais – e isso começa com uma mentalidade de potencial de crescimento por toda a organização. Sem isso, a empresa terá apenas pessoas desmotivadas, esperando apenas uma chance de pular fora.
Tentar, errar, tentar novamente – Todos sabemos não existe perfeição. Mas isso não impede que organizações continuem exigindo das pessoas nada menos que essa perfeição imaginária. Em companhias desse tipo, as pessoas não arriscam, por medo de falhar. Mas o erro é a chave para o aprendizado. Da mesma maneira, quando as pessoas querem melhorar sua saúde, devem experimentar um monte de coisas diferentes (o que comem, a quantidade de exercícios, manutenção de tratamentos, etc.) antes de descobrirem o que efetivamente funciona para elas. Assim, se os colaboradores se sentem seguros para tentar e errar no trabalho, eles se sentirão assim também com relação à saúde.
Fornecer os meios – não fornecer meios para que as pessoas melhorem sua saúde – convênios com academias, incentivar as pessoas a deixarem sua mesa para caminhar um pouco, por exemplo – é fornecer ferramentas e tempo para que os colaboradores pratiquem ações saudáveis.
Valorização das pessoas – Por último, mas não menos importante – os colaboradores devem sentirem-se valorizados pela organização. Não faz sentido priorizar a saúde e bem-estar das pessoas se estes se veem apenas como engrenagens da máquina, como hamsters rodando em suas gaiolas, como corpos que esquentam as cadeiras. As empresas devem demonstrar que se importam com seus funcionários ouvindo-os, envolvendo-os nas decisões e dando-lhes autonomia para desenvolver seu trabalho. As pessoas querem dar seu melhor – então deve saber que sua saúde, seu bem-estar, sua felicidade e suas vidas são importantes para a organização. Elas se motivam e vão dar 100% do que podem, não só para a empresa, mas no seu cuidado com a própria saúde. E isso faz toda a diferença para os resultados.

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