21 de setembro de 2014

Comportamentos idiotas de chefias (e que podem ser evitados com um pouco de bom senso)



Tommaso Russo
Por mais que estudemos e tentemos desenvolver os gestores das nossas organizações, nós profissionais de RH constatamos alguns comportamentos inapropriados desses “líderes” que poderiam ser eliminados apenas com um pouco de bom senso.
Abaixo são apresentadas algumas dessas atitudes e ações que deveriam ser tomadas para evitá-las.
Tomar para si o crédito por ideias de subordinados

Bons gestores aprendem rapidamente que uma das formas mais significativas de reconhecimento a um colaborador acontece quando o crédito lhe é dado – publicamente – quando esse crédito é merecido. Ao contrário, gestores que consciente ou inconscientemente assumem o crédito por uma ideia proposta por um subordinado são universalmente odiados pela equipe.

E na realidade, assumir a ideias de outros não engana ninguém. Por definição, um gestor é aquele que atinge resultados através de pessoas. Não se espera que todo o brilhantismo seja apenas do gestor. De fato, gestores que despertam o talento dos outros são respeitados. Gestores sempre parecem melhores quando seus subordinados têm sucesso.

Em casos extremos, os colaboradores irão começar a esconder boas ideias e esperar a presença de testemunhas que irão levar a ideia ao chefe de seu chefe, apenas para assegurarem-se que irão levar o crédito pela iniciativa.

Estabelecer regras por causa de alguns subordinados, mas que devem ser aplicadas a todos

As chefias sempre têm problemas com subordinados e, se eles forem bons gestores, eles irão tentar resolver o assunto diretamente com o colaborador envolvido. Entretanto, alguns gestores impõem regras e políticas para coibir más atitudes de uns poucos e faz com todas as pessoas da equipe as obedeçam – tenham ou não feito algo inconveniente. Isso ocorre talvez por falta de coragem por parte do chefe de enfrentar pessoalmente a fonte do problema. Com isso, os bons colaboradores são desconsiderados e ressentem-se de terem recebido uma “bronca” sem nenhum motivo.

Além disso, as pessoas problemáticas acabam se escondendo no meio da multidão, não percebendo ou não querendo perceber que o assunto é com eles e dificilmente irão corrigir-se.

Manter no time as pessoas erradas – por tempo excessivo

Gestores experientes percebem relativamente rápido quando um novo subordinado não possui as características que a organização precisa.

Mas alguns hesitam em tomar uma ação de forma rápida e decisiva. Não gostam de vivenciar conflitos, iludem-se achando que o novo colaborador irá melhorar com treinamento ou querem evitar um novo processo de recrutamento e o trabalho que irão ter em encontrar um substituto - isso sem falar no reconhecimento de que falhou na escolha daquele candidato durante a seleção. Ninguém gosta de admitir que errou.

Fazer promessas que não irá ou não poderá cumprir – ou fazer promessas com base em condições com as quais não concorda

Colaboradores pegam seus chefes pela palavra e estão dispostos a acreditar em promessas apenas uma vez. Se não são cumpridas, eles deixam de confiar no chefe e este irá ter grande dificuldade em superar essa falta de confiança no futuro.

As palavras “Não sei. Vou procurar saber e te informo” devem fazer parte do vocabulário de um líder, sempre que este enfrenta perguntas que não sabe responder ou situações das quais não pode prever as consequências.

Há também o exemplo de uma chefia que prometeu um prêmio caso sua equipe concordasse em trabalhar durante alguns fins de semana para terminar um projeto importante. No final, esse chefe recusou-se a dar o prêmio prometido porque o projeto acabou não sendo aprovado. No mínimo, esse gestor nunca mais vai conseguir que alguém trabalhe em finais de semana no futuro. A moral e motivação dos colaboradores acabaram. E, no pior caso, grande parte das pessoas irá deixar a empresa.

O chefe não confia em seus subordinados

Líderes devem, como norma, mostrar confiança de sua equipe, não cegamente, mas devem acreditar que a maioria das pessoas é confiável. Quando gestores tratam seus subordinados como indignos de confiança, estes em troca também não terão confiança no chefe.

Um caso ilustra este ponto. Durante uma crise financeira em uma empresa, a diretoria impôs que todos os analistas e chefias – que não estavam sujeitos a controle de ponto – deveriam estender a jornada de trabalho em uma hora e meia todos os dias (7,5 horas semanais), sem pagamento extra. Um dos diretores decidiu inclusive verificar se a ordem estava sendo cumprida, circulando pelas salas.

Essa decisão foi totalmente impensada, pois a maioria dos colaboradores, preocupados com a situação da empresa, já estava trabalhando espontaneamente em média 60 horas, ou seja, 20 horas a mais que a jornada normal. A atitude da empresa fez com que grande parte dos colaboradores se revoltasse e se limitasse a trabalhar apenas as 7,5 horas adicionais exigidas. A desconfiança em relação aos funcionários acabou com a motivação, o comprometimento e o engajamento.

Os gestores devem estar preparados para lidar com pessoas todo o tempo, o que não é tarefa fácil. Porém, eles não devem dificultar mais ainda seu trabalho, utilizando o bom senso em suas relações com os subordinados. Com isso, desenvolve-se um clima amistoso no ambiente de trabalho, resultando em moral elevado, motivação e engajamento da equipe. A consequência são resultados superiores para a organização.

Adaptado do artigo 5 Dumb Things Managers Do, publicado em http://humanresources.about.com/od/badmanagerboss/a/10-dumb-things-managers-do.htm?nl=1


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