26 de agosto de 2014

É tempo de redefinir RH



Tommaso Russo

Muitas organizações consideram que a área de RH custa caro, não agrega valor ao negócio e a maior parte de sua equipe não possuem habilidades suficientes em negócios, consultoria interna, capacidade analítica, tecnologia da informação e outras disciplinas técnicas.
No tocante à gestão de talentos nas organizações, as competências de RH devem ser melhoradas. Enquanto muitos líderes e profissionais de RH são fantásticos artesãos, muitos deles possuem graves limitações em aspectos críticos de suas atribuições.
É hora, então, de redefinir as funções de RH. Não apenas a denominação dessa área é antiquada, mas também seu modo de operar. Para isso, sugere-se um conjunto inteiramente novo de mudanças que as organizações devem considerar.
Em primeiro lugar, o RH deve ser definido como uma função de “talentos”. Enquanto o modelo tradicional preocupa-se com leis trabalhistas, relações sindicais, folha de pagamento e muitas áreas administrativas, o verdadeiro valor de RH é na gestão dos talentos das organizações, no apoio, desenvolvimento e identificação de líderes.
E como o “novo” RH deve ser?
Criar mais especialistas e menos generalistas, principalmente nas áreas de Treinamento e Desenvolvimento, Recrutamento e Seleção e Relações Trabalhistas e Sindicais.
Os Centros de Excelência devem incluir especialistas das “pontas”: analistas de R/S, analistas de treinamento e coaches, formando redes de excelência ao invés da centralização total.
Os Consultores de Negócios (BP’s) devem ser mais seniores. Esses profissionais devem ter autonomia para implementar seus próprios programas e introduzir inovações localmente. Casos de sucesso são então disseminados por toda a organização.
Introduzir tecnologia de informação de forma compartilhada e de baixa complexidade. Não importa que os sistemas não possuam todos os recursos necessários, mas que sejam acessíveis e de fácil utilização. As melhorias irão sendo introduzidas gradativamente, à medida que os próprios gestores definam suas necessidades relativas à gestão dos talentos de suas equipes.
Montar uma equipe de “métodos e ferramentas” e de “desenvolvimento profissional” dentro da área de RH. Esse pequeno grupo desenvolve pesquisas, pesquisa benchmarks, analisa o mercado de trabalho e busca por novas ferramentas e novos fornecedores – e criam um conjunto de programas de treinamento e desenvolvimento para os colaboradores de RH.
Investir em ferramentas de análise para os talentos. Os investimentos feitos nesse aspecto dão retorno. Existe hoje uma série de ferramentas que podem contribuir para a identificação e gestão dos talentos de forma analítica.
Inovar. Experimentar novos programas e o pensamento “fora da caixa”. As práticas de RH do passado não funcionam mais tão bem hoje – as pessoas, organizações e a tecnologia mudaram tanto que as ferramentas tradicionais de RH merecem uma atualização.
Focar na autonomia e apoio às chefias. São eles que tocam a organização e não o RH. A Gestão de Talentos é um processo da organização e não do RH – e os gestores devem engajar-se, caso contrário, o programa não funciona.
Desenvolver uma visão mais ligada ao negócio dentro do RH. É necessário sair do atoleiro da rotina e gastar um pouco de tempo na reflexão das preocupações e prioridades dos acionistas sobre o negócio. Com isso, ficam mais claras e simples as estratégias de RH necessárias para alavancar o negócio, além de fazer com que o RH agregue mais valor à organização.

Adaptado do artigo “It’s Time to Redesign HR”, publicado em http://www.bersin.com/blog/post/Its-Time-to-Redesign-HR.aspx

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