23 de julho de 2014

Porque as supervisões são a chave para o sucesso


Tommaso Russo
Na medida em que as empresas buscam maior eficiência e produtividade, maior torna-se a importância do primeiro nível de comando, as chefias que têm contato direto com os funcionários.
Os supervisores (chamados também de coordenadores) são os responsáveis pela garantia que as áreas atinjam as metas e objetivos da organização. Possuem um papel fundamental na organização e controle do trabalho, na orientação e apoio técnico aos colaboradores. Como líderes, são aqueles que fazem a diferença na motivação, capacitação e retenção da força de trabalho.
Basicamente, a maior parte das empresas possui supervisores oriundos das fileiras operacionais, que pela experiência, conhecimento prático, personalidade e ascendência sobre os colegas, foram promovidos internamente. Em geral apresentam baixo nível de escolaridade e uma maior faixa etária. O cargo de supervisão é o ápice de sua carreira profissional e ali devem permanecer até a aposentadoria.
Outras organizações veem na supervisão o primeiro degrau de uma carreira executiva. Nesse caso, profissionais jovens, com alto grau de escolaridade, ocupam o cargo como oportunidade de aprendizado em gestão de pessoas.
No primeiro caso, as referências profissionais do supervisor encontram-se no nível operacional da empresa. Sua visão sistêmica do negócio é limitada e raramente seus superiores compartilham com eles as estratégias. Talvez apresentem resistências a inovações e mudanças de processos. Seu relacionamento com os subordinados foca-se no comando e obediência.
O segundo tipo de supervisão é incentivado a desenvolver uma melhor visão estratégica. Suas referências são os níveis superiores da hierarquia. Possuem maior facilidade em compreender o papel de sua área no contexto geral do negócio, nas necessidades dos clientes e em transmitir essa visão para a “tropa”. Ser bem sucedido na gestão das pessoas é fundamental para que possa aspirar a cargos gerenciais.
A adoção de um ou outro tipo de supervisor dependerá das necessidades e características da empresa. Entretanto, a tendência de estruturas mais horizontais, a necessidade de manutenção dos melhores colaboradores, o desejo das pessoas em participar da organização do seu próprio trabalho e em terem suas opiniões ouvidas pela empresa demonstra que as supervisões devem evoluir para funções mais gerenciais e menos operacionais.
Essa evolução deve passar pelas seguintes mudanças na forma de atuação das supervisões
  • Certas práticas gerenciais tendem a atravancar, mais do que facilitar a produtividade e inovação. Quando todas as decisões são tomadas pelos executivos, por exemplo, os supervisores e colaboradores podem achar que suas opiniões e ideias são apenas controladas e não consideradas. Ou seja, deve ser concedida maior autonomia com responsabilidade para a supervisão.
  • A alta administração deve compartilhar com a supervisão as estratégias da organização, de modo que as equipes possam entender como seu trabalho e os resultados esperados se encaixam do contexto do negócio e dos clientes. Além de promover um sentimento de significação no trabalho, aumentam as chances que as pessoas possam dar ideias e inovações alinhadas com as necessidades da empresa.
  • As supervisões devem participar das decisões; se a empresa depender apenas de alguns gerentes e diretores para a solução de problemas e gerar ideias, estará perdendo as contribuições da grande maioria dos colaboradores, muitos deles que atuam diretamente nos processos e que irão conduzir as inovações e melhorias necessárias.
  • É impossível que um supervisor consiga exercer suas funções adequadamente quando possui um número exagerado de subordinados; a rotina de um chefe que é responsável por 60 ou 80 pessoas é cumprir atividades burocráticas em seu escritório; para que as coisas andem, os processos acabam sendo coordenados por líderes ou encarregados formais ou informais, que não possuem autoridade hierárquica nem preparo na liderança de pessoas. O supervisor acaba virando refém desses pequenos chefes e acaba decidindo à distância. Assim, as empresas devem limitar a quantidade máxima de subordinados por supervisão.
Na medida em que o aumento da produtividade é condição fundamental para a sobrevivência das empresas, fica mais e mais evidente o valor das supervisões como catalisadores para o sucesso do negócio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário